15 dias de governo: vassoura nova varre bem, mas será que até quando?

O ditado ensina que “vassoura nova é a que sempre varre bem”, mas será que isso se aplica ao slogan “VGP de cara nova”? O que deveria simbolizar renovação administrativa tem sido amplamente questionado. Grande parte dos secretários nomeados já fazia parte do governo anterior, que foi abandonado às pressas para embarcar no time vencedor e, assim, preservar privilégios e mamatas. A “cara nova” parece, na prática, um reflexo da velha guarda imperando nos bastidores.

Estrelismo nas redes sociais e falta de transparência

Os primeiros dias de gestão revelaram um padrão preocupante no uso das redes sociais. Enquanto o perfil pessoal do prefeito acumulou 17 postagens e inúmeros Stories compartilhados pela sua equipe, o perfil institucional da Prefeitura de Vargem Grande Paulista publicou apenas 7 posts, dos quais apenas 1 tratava de trabalho propriamente dito.

Essa discrepância reflete uma estratégia que centraliza o protagonismo na figura do gestor, abrindo margem para questionamentos sobre a falta de transparência e o uso de canais oficiais para divulgar ações administrativas. Além disso, a prática pode gerar debates futuros sobre monetização indevida, já que o tráfego orgânico das ações institucionais está sendo direcionado a um perfil pessoal. Governar é para o coletivo, não para alimentar um personagem político.

Promessas esquecidas e prioridades questionáveis

As promessas de campanha, como a descontinuidade da Zona Azul e a transformação do novo Paço Municipal em hospital, continuam na gaveta. Em vez disso, o prédio se tornou palco de deslumbramento e vaidade, com selfies e ostentações que contrastam com as necessidades reais da população.

Além disso, a tão prometida revisão do contrato milionário da Tarifa Zero não aconteceu. A única “novidade” foi a implementação de um aplicativo, algo já previsto no contrato anterior e que, na prática, não altera os custos elevados denunciados em campanha.

Harmonia ou submissão entre os poderes?

O alinhamento do Executivo com o Legislativo, anunciado como uma conquista de governabilidade, tem sido percebido como uma relação de submissão. Em vez de promover o equilíbrio democrático, o discurso unificado compromete a independência dos vereadores, que deveriam atuar como fiscalizadores, não como aliados automáticos do Executivo.

Além disso, a criação de novas pastas no Judiciário Municipal, apresentada como avanço administrativo, levanta dúvidas sobre sua real motivação: fortalecer o município ou atender compromissos de campanha e acertos prévios?

VGP de cara nova ou velha guarda no comando?

Sob o slogan “VGP de cara nova”, a população esperava mudanças efetivas e uma gestão mais transparente. No entanto, o que se percebe é uma continuidade velada, com a velha guarda controlando as estruturas do governo.

Nós, enquanto sociedade civil e imprensa, estaremos atentos para desmascarar qualquer tentativa de encobrir a realidade, trazendo à tona as verdadeiras entranhas dessa administração.

Nosso compromisso é com a verdade, com a pluralidade de ideias e com uma análise crítica e inteligente. Que possamos, juntos, construir uma Vargem Grande Paulista mais justa, transparente e responsável para todos. Afinal, uma vassoura nova só faz sentido se varrer não apenas bem, mas também o que realmente importa.

Redação