A Resiliência e o poder da autogestão emocional
Reflexões sobre motivação pessoal e autodesenvolvimento
MESTRE em Educação – PUC/SP; Especialista em Gestão da Escola – USP; MBA em Gestão Empreendedora – UFF; Neuropsicopedagogo; Psicopedagogo e Pedagogo. Diretor de Escola Pública; Professor universitário; Escritor; Palestrante, Coach e blogueiro.
Em um mundo cada vez mais acelerado e repleto de desafios, a capacidade de gerenciar nossas emoções e manter-se fiel aos nossos princípios torna-se uma habilidade crucial para o sucesso pessoal e profissional.
A jornada em busca do autodesenvolvimento e da motivação pessoal é repleta de obstáculos, mas também de aprendizados significativos. Neste contexto, reflexões sobre como lidamos com adversidades, críticas e até mesmo ataques pessoais podem revelar muito sobre nosso caráter e resiliência.
A sabedoria popular e diversas tradições espirituais nos ensinam sobre a importância de não reagir impulsivamente às provocações e injustiças, mas sim, responder de maneira ponderada e alinhada aos nossos valores mais profundos. Esta abordagem é corroborada por importantes contribuições no campo da psicologia e da gestão emocional, como as oferecidas por Carol Dweck,
Eduardo Carmelo, Mario Sérgio Cortella e David Allen. Carol Dweck, em seu influente livro “Mindset”, explora a ideia de que a maneira como encaramos nossas capacidades e desafios pode moldar significativamente nosso sucesso e felicidade.
A autora introduz os conceitos de “mindset fixo” e “mindset de crescimento”, sugerindo que acreditar na capacidade de desenvolver nossas habilidades através do esforço e da aprendizagem contínua pode nos ajudar a superar adversidades de maneira mais eficaz. Esta perspectiva é particularmente útil quando enfrentamos situações em que somos injustiçados ou desafiados, pois nos incentiva a ver além do momento de conflito e focar em nosso crescimento pessoal e profissional.
Quando as pessoas têm o mindset de crescimento, o estereótipo não perturba seu desempenho. O mindset de crescimento reduz a agressividade do estereótipo e dá mais capacidade de reação. Essas pessoas não acreditam na inferioridade permanente. E se estiverem efetivamente em posição inferior, nesse caso se esforçarão mais e procurarão se equiparar. O mindset de crescimento também possibilita às pessoas, mesmo em ambiente ameaçador, aproveitarem o que podem e necessitam (DWECK, 2017:84).
Eduardo Carmelo, por sua vez, em seu livro “Supere”, destaca a importância da resiliência e da superação de obstáculos para o alcance de nossos objetivos. Carmelo nos lembra que a jornada em direção à realização pessoal é, inevitavelmente, marcada por períodos de dificuldade e que a nossa capacidade de persistir diante desses desafios é o que nos define.
“Você não pode controlar o que irá sentir, quando irá sentir, nem quanto isso será forte. Mas você pode criar escolhas: como reagir, quando se sentir assim” (CARMELLO, 2004:38).
Já Mario Sérgio Cortella, em “Qual é a sua obra?”, reflete sobre o significado do trabalho e da responsabilidade individual em contribuir para um mundo melhor. Cortella nos convida a refletir sobre nossas ações e o legado que desejamos deixar, uma mensagem poderosa quando consideramos como respondemos às adversidades e ataques pessoais.
Manter-se fiel aos nossos princípios, mesmo quando confrontados com a possibilidade de “vingança“, é um testemunho do nosso compromisso com valores mais elevados. Para ele, precisamos ser audaciosos, mas nos faz um alerta, apontando a diferença entre audácia e aventura.
Uma característica central de quem não perde oportunidade é a capacidade de ter audácia. Não confunda audácia com aventura. A mudança se faz com os audaciosos, não com os aventureiros. O grande pensador alemão Immanuel Kant, no século XVIII, dizia ‘Avalia-se a inteligência de um indivíduo pela quantidade de incertezas que ele é capaz de suportar’. Suportar não significa sucumbir, mas resistir as incertezas e continuar. Para resistir às incertezas é preciso te audácia. Audacioso e audaciosa é aquele ou aquela que planeja, organiza, estrutura e vai. Aventureiro ou aventureira é quem diz: ‘vamos que vamos e veremos no que dá’ (CORTELLA, 2013:47).
Complementando as reflexões, David Allen, com sua obra “A arte de fazer acontecer”, enfatiza a importância da organização e da produtividade como meios para alcançar nossos objetivos. Allen oferece estratégias práticas para gerenciar nossas tarefas e compromissos, permitindo-nos focar no que realmente importa.
Esta abordagem pode ser extremamente útil quando nos encontramos sob o peso de emoções negativas e conflitos, pois nos ajuda a manter a clareza de pensamento e a priorizar nossas ações de acordo com nossos objetivos e valores. “O foco nos resultados e nos valores é, sem dúvida, um exercício de extrema relevância. Ele oferece critérios para você tomar decisões importantes sobre o que dever parar de fazer, assim como o que merece mais atenção em meio ao excesso de opções” (ALLEN, 2015:38).
Diante das adversidades, a tentação de agir impulsivamente e buscar retribuição pode ser forte.
No entanto, as lições de Dweck, Carmelo, Cortella e Allen nos lembram da importância de gerenciar nossas emoções, manter a resiliência e agir de acordo com nossos princípios fundamentais.
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