60 dias de governo: muito marketing, pouca gestão

 60 dias de governo: muito marketing, pouca gestão

Dois meses após assumir a prefeitura de Vargem Grande Paulista, o governo de Piter Santos tem sido marcado por discursos inflamados, promessas não cumpridas e um show de autopromoção nas redes sociais.

O que deveria ser um período de avanços e soluções para os problemas da cidade tornou-se um espetáculo de marketing, lives, vídeos institucionais e ações performáticas que pouco refletem melhorias concretas para a população.

 

Zona Azul: a promessa esquecida e o teatro político

 

Durante a campanha, o então candidato Piter Santos afirmou que extinguiria a Zona Azul, um dos pontos mais criticados pela população. No entanto, ao assumir o cargo, fez um verdadeiro show de publicidade ao subir em um poste para anunciar a suspensão temporária do serviço por apenas 30 dias.

 

A suspensão virou um teatro político: foram realizadas duas audiências públicas que, na prática, serviram apenas para legitimar a retomada da Zona Azul sem grandes mudanças. Ou seja, uma promessa eleitoral quebrada sem cerimônia. Vale lembrar que a renúncia de receita é crime, e a estratégia de Piter de pausar o serviço sem uma solução definitiva apenas revelou a falta de planejamento e gestão.

 

A ameaça da privatização da merenda e o descaso com as merendeiras

 

Outro ponto que demonstra a verdadeira face da atual administração é a tentativa de privatizar a merenda escolar, terceirizando um serviço essencial e transformando a alimentação dos alunos em mais um produto de mercado.

 

Sem planejamento estratégico, a prefeitura tentou resolver problemas financeiros às custas da nutrição das crianças, apostando em uma solução precarizada e sem garantia de qualidade.

Paralelamente, em vez de cumprir a promessa de aumentar os salários das merendeiras em 12%, Piter optou por remanejá-las de função e conceder um aumento irrisório de apenas R$ 12,00.

 

O discurso liberal travestido de modernização não pode mascarar o retrocesso que essa medida representa.

 

“Educação pública de qualidade começa, além da Educação, sim por uma alimentação saudável e profissionais valorizados, não por cortes e privatizações irresponsáveis.” Afirma o jornalista Humberto Brassioli Corsi

 

Redução salarial na Saúde: um golpe nos servidores

 

A saúde pública, que deveria ser prioridade, também foi alvo de cortes injustificáveis. Os servidores da Secretaria da Saúde tiveram redução de 40% na renda devido ao corte de gratificações.

Enquanto Piter e sua equipe ostentam cargos e benefícios, os profissionais que seguram a linha de frente do atendimento à população veem seus salários encolherem sem justificativa plausível.

 

Marketing, mutirões e promoção pessoal: governo ou reality show?

 

A administração pública exige estratégia e planejamento, mas o governo Piter Santos parece mais preocupado com likes e engajamento digital do que com resultados concretos. Haja visto em episódio recente ter envolvido crianças, com o famoso puxão de cabelo.

 

Um exemplo claro disso foi o mutirão de limpeza e zeladoria, realizado com grande barulho midiático.

 

Se, por um lado, a cidade precisa de manutenção, por outro, a prefeitura já paga uma empresa terceirizada para esse serviço. Em vez de cobrar eficiência da empresa contratada, Piter preferiu vestir luvas e posar para fotos enquanto cortava mato em um campo de futebol.

 

Enquanto prefeitos da região se reuniam em Brasília para buscar investimentos e melhorias, Piter escolheu se autopromover em ações simbólicas, sem impacto real para a cidade. Administração pública se faz com estratégia e trabalho sério, não com gestos vazios e espetáculos para redes sociais.

 

Além disso, a encenação do prefeito expõe o falso moralismo da gestão: funcionários públicos trabalham horas sob o sol, enquanto Piter e sua equipe fazem vídeos e depois voltam para suas casas luxuosas com seus carros importados, pregando um sacrifício que nunca sentiram na pele.

 


Piter Santos: entre o “Rei do Camarote” e a política do barulho

 

Se pudéssemos definir a gestão de Piter Santos em um arquétipo político, seria uma mistura do prefeito de Sorocaba Rodrigo Manga, com sua política de impacto vazio, de João Doria, com suas ações publicitárias de curta duração, e de Sérgio Meneguelli, com seu populismo performático. No entanto, nenhum deles se destacou por gestões eficazes, e todos se tornaram conhecidos mais pelo barulho do que pelos resultados.


 

Aliás, a encenação já começou em 2020, quando Piter assinou sua filiação ao Republicanos ostentando uma caneta Bic, uma tentativa forçada de se vincular ao discurso populista de Bolsonaro. Mas a cena remeteu a outro momento da história política brasileira: Fernando Collor assinando decretos com uma caneta Montblanc em 1989, antes de protagonizar um dos maiores escândalos do país. O tempo dirá se a trajetória de Piter seguirá o mesmo caminho.

 

Gestão para a população ou para os holofotes?

 

A cidade precisa de um governo que trabalhe para as pessoas, e não para a autopromoção. A população de Vargem Grande Paulista tem o direito de saber para onde estão indo os recursos, qual o planejamento real para os próximos anos e, principalmente, se as promessas de campanha eram apenas frases de efeito.

 

A imprensa livre tem o papel de questionar e revelar o que está por trás do espetáculo. E seguiremos atentos, fiscalizando cada passo dessa administração para que VGP tenha um futuro mais transparente, mais justo e, acima de tudo, menos teatral.

 

Redação


 

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Humberto Brassioli Corsi - Redator Chefe

https://linktr.ee/humbertocorsioficial

Jornalista, Empresário, Pesquisador, Coordenador Político e Escritor. "PROFISSIONAL MULTIDISCIPLINAR"

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