As discussões e embates sobre a Nova Raposo, agora na ALESP

Concessão da Nova Raposo: Solução ou Problema para a Mobilidade e o Meio Ambiente?

A concessão do sistema rodoviário Lote Nova Raposo, debatida em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), continua a levantar questões sobre sua real eficácia em solucionar os problemas de mobilidade urbana.

Vencido pelo consórcio EcoRodovias, o contrato prevê investimentos de R$ 8 bilhões em 30 anos e obras como marginais e túneis. Mas, para críticos, as promessas de avanço enfrentam obstáculos que vão além do discurso técnico.

Segundo o vereador Silvio Cabral (PSD), de Cotia, a ampliação de rodovias não resolve os desafios da mobilidade urbana e pode, inclusive, agravar os congestionamentos nas intersecções das vias. “Expandir para onde? A região já sofre com excesso de veículos. Além disso, os pedágios previstos encarecem a utilização para os cidadãos que dependem da rodovia diariamente”, destacou.

Embora defensores do projeto, como Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos, garantam que o modelo visa melhorar a segurança e o fluxo de veículos, as críticas apontam para um impacto limitado, especialmente nas áreas urbanas.

O movimento “Nova Raposo, NÃO” destacou a falta de diálogo com a sociedade e o descaso com diretrizes de planejamento urbano. A ausência de investimentos em transporte coletivo também reforça as preocupações sobre um futuro com mais carros e menos soluções sustentáveis.

Além disso, questões ambientais foram deixadas em segundo plano, segundo ativistas. “O projeto ameaça mananciais e áreas de preservação. Não estamos avançando, estamos retrocedendo em nome de um progresso que só beneficia a base governista e grandes empresas”, apontou Sérgio Reze, membro do movimento contrário à concessão.

Com parlamentares divididos entre defesa e críticas, o debate reforça a falta de consenso sobre a concessão. Enquanto o deputado Enio Tatto (PT) cobrou mais atenção às comunidades impactadas pelas obras, Paulo Mansur (PL) defendeu a necessidade de grandes projetos de infraestrutura, desde que respeitem direitos e garantam indenizações justas.

Entre promessas de modernização e críticas sobre impactos sociais e ambientais, o projeto da Nova Raposo escancara uma preocupação recorrente: será que a concessão atende aos interesses públicos ou perpetua um modelo de desenvolvimento que prioriza poucos, logo os carros de passeio, em detrimento de muitos? Solucionados com transportes de qualidade eficientes.

Fonte – Redação, com texto de inspiração na ALESP

Foto Divulgação- ALESP